Família brasileira – Existe uma desconstrução?

Qual o perfil atual da família brasileira? De acordo com o IBGE, dados levantados no último Censo, mostram uma mudança estrutural dos grupos familiares no Brasil. Mais de um terço das uniões no Brasil são consensuais, sem casamento civil ou religioso.

Este tipo de relacionamento aumentou de 28,6%, em 2000, para 36,4% do total, no último levantamento em 2010. No mesmo período, o percentual de unidos por casamento civil e religioso caiu de 49,4% para 42,9%.

Também aumentou expressivamente o número das famílias chamadas reconstituídas. Ou seja, os núcleos constituídos depois da separação ou morte de um dos cônjuges. Esses grupos representam 16,3% do total de casais que vivem com filhos, sendo eles de apenas um dos companheiros ou de ambos. São mais de 4,4 milhões as famílias com essas características atualmente.

Avançou o número de famílias onde os filhos vivem só com a mãe solteira (de 11,6% para 12,2%, entre 2000 e 2010). Aqueles que vivem só com o pai passaram de 1,5% para 1,8%. Essas famílias são compostas por quem teve seus filhos sem contrair matrimônio ou retornou à casa dos pais por motivo de separação ou divórcio. Entre as famílias que dividem um mesmo domicílio, a maioria é de mulheres solteiras com filho (53,5%)

Amplie e observe esses números nos infográficos sobre o perfil atual da família brasileira:

 

infográfico perfil familia brasileira

 

As principais causas, apontadas pelo IBGE, para tais mudanças, seriam a maior participação da mulher no mercado de trabalho, as baixas taxas de fecundidade, o envelhecimento da população e a facilitação na lei do divórcio. Mas seriam apenas essas? De acordo com a opinião de alguns estudiosos, não.

O que pensam alguns especialistas?

O padre Paulo Ricardo, licenciado em filosofia, em pronunciamento na Câmara dos Deputados, em Brasília, afirma que a sociedade ocidental como um todo vem passando por um inexorável processo de destruição do conceito de família.

Segundo ele, apresentada com belas cores, como sendo uma realidade automática, os tempos modernos, ou ainda decorrente do processo de amadurecimento da sociedade, a idéia de que o conceito de família é retrógrado e obsoleto vem tomando corpo.

As novas formulações de família tem sido marteladas nos ouvidos, em programas de televisão, em jornais, revistas e no cinema há pelo menos 30 anos, desde a década de 70, quando a sétima arte brindou o mundo com “Kramer x Kramer” (1979) e sua pregação de que existem diversos tipos de família, de que elas não precisam ser como as tradicionais etc. Desde então o que se vê é a reengenharia incidindo sobre a definição de família.

O padre filósofo afirma que isso não está ocorrendo ao acaso e naturalmente, como os tais ideólogos querem fazer crer, mas se trata de uma estratégia milimetricamente pensada, com objetivos e agentes claramente identificáveis. Os ideólogos sabem que quanto mais cedo inocularem nas mentes das pessoas o que pretendem, mais fácil implantarão esse conceito na sociedade.

Para tanto, objetivam agora atingir o sistema educacional cooptando as crianças desde mais tenra idade, pois assim fica mais fácil moldá-las. Desejam educá-las para escolha do seu objeto de satisfação sexual, não importando qual, pois todos são possíveis. Querem, em última análise, formar uma sociedade sexualmente versátil.

“Pode parecer loucura, absurdo, mas é a realidade. Já está sendo implantada aqui mesmo no Brasil. Não se engane. Trata-se de uma estratégia demolidora, revolucionária cujo objetivo maior é destruir a família”, alerta o padre Paulo Ricardo

Ele diz que a origem de tal processo está no socialismo criado por Karl Marx e que para o marxismo, a origem das desigualdades sociais é a família, e a primeira propriedade privada que existiu não foi uma cerca, mas sim, a mulher. O homem toma posse da mulher, domina-a e este conceito de família patriarcal, em que o macho é o proprietário da mulher e dos filhos é o da família burguesa, portanto, deve ser destruída.

“Eles afirmam que não haverá igualdade social enquanto subsistir a família, pois é a raiz de todas as opressões, portanto, os papéis tradicionais de pai, mãe, esposo, esposa, pais e filhos, todos eles devem ser abolidos, posto que opressores”, afirma o padre, em seu discurso.

Segundo Rui Damasceno, professor de Ciências Sociais e mestrando em Antropologia Social da UFRN, o mundo tem enfrentado uma transformação moral épica. Os valores sociais com os quais as gerações dos pais e avós da atual geração foram educados, hoje passa por um profundo questionamento prático.

O maior alvo desta transformação é a degeneração do conceito de família, pois por meio desta é que se mantêm ou se modifica uma sociedade, uma vez que é nela que todo indivíduo passa pelo primeiro e mais intenso processo de formação e absorção de valores. A cultura e a filosofia pós moderna encontram no modelo tradicional de família a ultima linha de resistência dos valores morais tradicionais.

Então, para a nova sociedade que se forma não cabe mais o “antiquado” e “arcaico” modelo de família “patriarcal” e “machista” com o qual a sociedade pode chegar aos dias de hoje. Basta olhar novelas e filmes brasileiros e observar a diferença do conceito de família. “É bom apenas que se lembrem que uma sociedade cuja a família está em crise o caos está se fortalecendo”,  alerta Rui Damasceno.

Seria correta a afirmação de que existem interesses globais em difundir os ideais socialistas em nossa sociedade? Sabemos que o socialismo teve origem em Karl Max, que passou a idéia de que existe uma população massacrada por uma classe dominante rica que ele chamava  burguesia, capitalista e, segundo ele, era necessário muito mais que destruir essa classe, era necessário destruir todas as religiões que traziam uma felicidade ilusória.

Marx afirma que com a extinção da religião, da fé, de Deus que impregnava a mente das pessoas, o ser humano faria um retorno a felicidade. (Introdução a Crítica à Filosofia da Lei, de Hegel).

Além disso, diz que para existir uma sociedade justa é necessário eliminar as diferenças de classe e o senso de propriedade privada. Então a propriedade privada é eliminada, o individualismo é abolido, a individualidade é proibida, todas as propriedades passam a ser controladas de forma coletiva, e todas as unidades individuais do novo organismo coletivo são, de uma vaga maneira, iguais umas às outras.

O que pensa a maioria dos brasileiros?

O que podemos com certeza afirmar é que apesar da opinião pública da maioria dos brasileiros estar de acordo com as bases cristãs para a família, algumas leis que foram aprovadas recentemente, ou aguardam aprovação, são extremamente prejudiciais a essas bases. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Ibope em agosto de 2014, mais da metade dos brasileiros, 53%, disseram ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A maioria é contra também a descriminalização do aborto: 79%. Segundo a pesquisa, os homens são a maioria entre os que são contra o casamento gay: 58%. Já entre as mulheres, 49% são contra e 44% a favor. A descriminalização da maconha e do aborto não são defendidos nem mesmo pelos mais jovens. Entre aqueles com idade entre 16 e 24 anos, 74% são contra a legalização da maconha e 77% contra o aborto. Em outra pesquisa realizada pelo próprio governo no DataSenado (órgão da Secretaria de Pesquisa e Opinião), realizada em outubro de 2012, 82% era contra o aborto.

Leis e projetos do governo

Contra todos esses números está, por exemplo, o PNDH3 (Projeto Nacional de Direitos Humanos) que prevê a troca de sexo paga pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a descriminização, acesso e facilitação do aborto à rede de saúde pública, a legalização da prostituição e a legalização do casamento gay com autorização para adoção de filhos.

O Projeto também prevê ações educativas, financiadas pelo governo, para “desconstruir os estereótipos relativos às profissionais do sexo”, “desconstrução de estereótipos relacionados com diferenças (…) de identidade e orientação sexual”, reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base desconstrução da heteronormatividade”, conforme afirma o próprio texto do projeto.

Outro fato é que a crescente “preocupação” do governo em educar sexualmente nossas crianças tem levado à criação de programas com métodos questionáveis do ponto de vista ético e moral da família. Como por exemplo, quando o governo do estado de São Paulo, em agosto de 2004, investiu R$ 2,029 milhões em um projeto para ensinar os educadores da rede pública a lidar com ereção e masturbação de bebês.

Além disso, os materiais Didáticos, os chamados “kits”, que o Ministério da Saúde envia às escolas para as aulas de educação sexual provocam indignação na bancada evangélica do Congresso e em pais de família que se surpreendem com as fotos e textos que, conforme opiniões de alguns, poderiam passar como pornografia para um leitor menos atento.

Reinaldo Azevedo, jornalista, publicou em sua coluna no blog da Revista Veja, algumas dessas fotos e afirmou que nem todo o material do tal kit foi publicado. ” Falta a personagem principal do kit : um pênis de borracha que o poeta Bocage diria ser daqueles que servem mais para mostrar do que para usar  — ele empregava outro verbo, que o decoro me impede de escrever. E, claro, decidi não publicar a imagem aqui porque não é coisa que deva ser exibida em blogs de família”, explicou o jornalista.

Ele acrescenta que duvida que qualquer jornal a estampasse na primeira página. Então, alunos de 12, 13 anos estão sendo expostos a um “material didático” que não pode ser exibido em blogs e jornais voltados para o público adulto. Reinaldo também conta, em seu texto, como as tais fotos chegaram as suas mãos.

“De onde vêm essas fotos? Elas me foram enviadas por João Flávio Martinez, pai de uma estudante de 13 anos de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Professor, Martinez indignou-se com a forma como a tal “Educação Sexual” está sendo ministrada a crianças. Durante as aulas, digamos, práticas, meninos e meninas são convidados a vestir o pênis com a camisinha — vocês sabe: é para aprender como se usa (…) Martinez indignou-se com a forma como as coisas estavam sendo conduzidas e foi falar com a diretora da escola estadual Pio X, Mara Cristina Pacci Lainetti. Ela teria recomendado que ele tirasse a filha da escola. Procurei a diretora, que não quis comentar o caso, nem mesmo a acusação que lhe faz o pai da estudante. Afirmou que eu deveria procurar a Secretaria da Educação. Foi o que eu fiz. A assessoria sustenta que as aulas obedecem ao rigor técnico e que há professores treinados para ministrá-las. A secretaria, evidentemente, não endossa a recomendação para que a aluna deixe a escola”, conta Reinaldo Azevedo.

Uma cartilha produzida pela Prefeitura de Porto Velho, em 2009, “Menina Esperta Vive Melhor” que tem versão também para meninos (“Menino Esperto Vive Melhor”), gerou polêmica na cidade com reação de pais e religiosos e o Ministério Público, seção Rondônia, decidiu pela suspensão da distribuição em 2010. A polêmica deve-se ao fato de que o conteúdo da cartilha, segundo eles, “estimulava a pratica sexual na adolescência”.

O Deputado Jair Bolsonaro, em declaração na sessão de 30 de Novembro de 2010, da Câmara dos Deputados, afirmou ser o maior escândalo que já tinha tomado conhecimento, em seus mais de vinte anos de Congresso, a iniciativa do Ministério da Educação (MEC), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em criar um kit de material educativo composto de vídeos, boletins e cartilhas com abordagem do universo de adolescentes homossexuais, do programa Mais Educação, que seria distribuído para 6 mil escolas da rede pública, para crianças de 7 a 12 anos, em todo o país.

O chamado, por ele,  “Kit Gay” seria composto de um DVD com uma história aonde um menino vai ao banheiro e quando entra um colega, se diz apaixonado pelo mesmo e assume sua homossexualidade. Outro filme do mesmo DVD mostra duas meninas namorando e discutindo sobre a melhor forma de beijar.

O que eu acho?

Em minha opinião, não podemos afirmar que existe uma “ordem mundial” que trama para a desconstrução da família brasileira, mas concordo com a idéia de que existe, com certeza, uma onda de “imperialismo do relativismo”, onde tudo é considerado normal e aceitável. Onde os absolutos são desconsiderados, e quem teima em sustentá-los, como princípios, são taxados de fundamentalistas e radicais fanáticos.

Mais ainda, são vistos como ignorantes e não misericordiosos. Pois para tais relativistas, onde o certo e errado não existem e as diferenças são todas elas saudáveis, quem não as aceita não conhece o amor.

Cada vez mais, nossos filhos são “prensados socialmente” a conceitos que são totalmente contrários a ordem divina da criação. Masculino e feminino estão em risco de desaparecer e eles, nossos filhos, terão apenas gênero.

Fica fácil desconstruir o modelo cristão de família, quando é ensinado em nossas escolas que existem variados outros modelos e todos são normais e saudáveis. Quando nossas meninas estão prestes a aprender, por ações educativas do governo, que ser profissional do sexo é tão honrado e normal quanto outra profissional qualquer. Que, se usar camisinha, está tudo bem. Em qualquer idade e com parceiros de qualquer sexo. Ainda mais quando estamos próximos de ter o aborto como solução comum para uma gravidez indesejada.

Cada vez mais cedo a educação sexual faz parte do currículo escolar estimulando nossas crianças a “transarem”. Sim, é essa a palavra correta, já que o sexo só depois do casamento cai, cada vez mais, em desuso, até entre os jovens ativos na igreja.

Além disso, as mulheres estão cada vez mais preocupadas com suas carreiras e menos em ter filhos e constituir família. Não me entendam mal. Eu também sou mulher, sempre trabalhei e me considero realizada profissionalmente, mas isso nunca me impediu de ser presente na educação dos meus filhos. Cada vez as famílias estão menos numerosas, mais problemáticas e confusas.

Precisamos assumir o papel de educadores de nossos filhos e não delegar essa responsabilidade a outras pessoas, menos ainda ao governo. Temos que ter cuidado ao eleger nossos legisladores. Formar em nossa network, amigos e família, grupos de discussão sobre esses assuntos.

Fomentar encontros entre jovens e adolescentes que compartilhem os mesmos princípios. Enfim, temos que agir. Cada um pode fazer a diferença na sua casa e na sua comunidade, alertando sobre os perigos que corre a família brasileira como a conhecemos e amamos. Como Deus a criou.

Esse canal trata de empreendedorismo, liderança e fé, portanto temos tratado desses assuntos de forma bastante específica, mas decidi compartilhar com você esse artigo porque ao nosso ver o termo “mentes milionárias” significa muito mais que dinheiro ou sucesso financeiro, mas sim uma vida plena de liberdade saúde, paz, alegria e família que é a base de toda e qualquer prosperidade em nossas vidas. A família é a menina dos olhos de Deus.

E você o que acha? Comente a sua opinião. Se gostou, compartilhe essa idéia com os amigos usando os links abaixo. 🙂

 

Bjo no <3